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sangramento gengiva

sangramento gengiva

O sangramento na gengiva ou sangramento gengival pode ser resultado de algumas doenças orais, nomeadamente, a gengivite, a periodontite ou “piorreia”, ou de diversas outras patologias da boca ou sistémicas, como veremos adiante com mais detalhe.

Como já referimos, o sangramento das gengivas pode ter na sua origem várias causas. Passamos a enumerar, de seguida, as principais.

Escovagem incorreta dos dentes 

O sangramento das gengivas é mais frequente nos adultos devendo-se, numa grande parte dos casos, a uma lesão traumática causada por uma escovagem incorreta ao lavar os dentes. No caso das mulheres existe uma maior incidência de sangramento gengival do que nos homens, habitualmente relacionada com fatores de ordem hormonal.

Se ocorrer um sangramento na gengiva ao escovar os dentes não significa necessariamente que padece de alguma patologia, pois este sangramento pode dever-se apenas a uma técnica incorreta de escovagem ou utilização de escovas inadequadas. No entanto, no caso de existir alguma doença nos estadíos inicias, como por exemplo a gengivite, verifica-se que as gengivas sangram mais facilmente do que o normal, ou seja, pode ocorrer sangramento de uma forma mais frequente durante a escovagem, pelo que é importante que consulte o seu médico dentista caso o problema permaneça por vários dias.

Se o problema surge na sequência de uma incorreta escovagem dos dentes, deve ser feita uma reeducação no sentido de se efetuar uma escovagem com técnica correta de modo a que não cause danos às gengivas. Veja mais informação em tratamento e como escovar os dentes corretamente.

O uso de fio dentário pode também implicar sangramento entre os dentes, caso seja manuseado de forma traumática ou perante uma gengiva inflamada.

Gengivite

O sangramento da gengiva ocorre, na maioria das vezes, devido à presença de inflamação na gengiva que é uma situação comum, designada de gengivite, que surge principalmente devido à acumulação ou remoção inadequada de placa bacteriana junto dos dentes, ou seja, resultado de uma higiene oral deficiente, e que consequentemente dará origem à formação de tártaro. A gengivite constitui o primeiro estadío da doença periodontal, caracterizando-se por uma inflamação das gengivas.

Para além disso, na gengivite é comum verificar-se uma “gengiva inchada” que pode ir sangrando de uma forma progressiva. Se evoluir para periodontite, ocorre uma diminuição na estabilidade dos dentes devido à perda de tecido de suporte dos mesmos, sendo o recuo da gengiva (retração gengival), uma das consequências associadas, e ao mesmo tempo, um dos principais sinais de alerta.

A retração gengival (gengiva retraída) caracteriza-se pela diminuição da porção de gengiva que recobre o dente, expondo a sua raiz, ficando os dentes com um aspeto “descarnado”. É um processo normalmente lento mas progressivo e que possui diversas causas subjacentes.

Periodontite

A periodontite ou doença periodontal, também designada popularmente de “piorreia dentária” é uma infeção bacteriana que rodeia o periodonto (tecidos de suporte dos dentes).

Trata-se de uma patologia oral frequente, que se não for tratada adequadamente, pode evoluir e constituir um grave problema para a saúde oral, sendo o sangramento constante na gengiva uma das manifestações mais frequentes desta afeção.

É um processo infecioso da gengiva que também atinge os tecidos de suporte, ou seja, o osso e o ligamento periodontal.

O desenvolvimento e prognóstico da patologia estão dependentes de vários fatores.

Dentaduras (próteses) mal ajustadas

O sangramento gengival tende a ocorrer com frequência nos pacientes que usam próteses dentárias desajustadas ou mal adaptadas. O sangramento pode ser mais ou menos acentuado, dependendo do grau do desajustamento, do tipo de alimentos considerados e força de mastigação, para além do estado da gengiva e demais fatores adjuvantes que aumentem a propensão ao sangramento das gengivas.

A solução nestes casos passa por efetuar um ajustamento das próteses através de desgastes e/ou reembasamentos junto do Médico Dentista ou, caso estes procedimentos não sejam indicados ou suficientes, deverá proceder-se à substituição por próteses novas.

Alterações hormonais na gravidez

O sangramento na gengiva na gravidez é uma situação algo frequente, e que se manifesta devido às alterações hormonais que ocorrem durante a gestação.

Na mulher grávida, principalmente durante o segundo e terceiro trimestre, verifica-se um aumento de progesterona (entre outras hormonas), o que leva a que fisiologicamente a gengiva tenda a ficar ligeiramente mais inchada, e como tal mais propensa a sangramento gengival.

Para além da gravidez, as alterações hormonais decorrentes em algumas fases da vida, nomeadamente na puberdade, menopausa e menstruação, podem também desencadear ou favorecer o surgimento de sangramento gengival.

Exodontia

Se foi efetuada uma cirurgia para extrair um dente (exodontia), é normal que ocorra algum tipo de sangramento após a extração, ou seja, que a pessoa sinta por determinado tempo sangramento na boca.

Em determinadas circunstâncias, podem ocorrer pequenas hemorragias no local do dente extraído, não apresentando grande relevância clínica. No entanto, quando após uma extração de um dente a gengiva não para de sangrar, ou seja, o sangramento prolonga-se por muito tempo, ou se verificar qualquer sangramento excessivo, deve consultar de imediato o médico dentista para avaliação urgente, de modo a fazer parar o sangramento na gengiva, proveniente do local da extração.

O Médico Dentista, após exame oral, irá efetuar o diagnóstico e identificar a causa que está na base do sangramento da gengiva. Apoiado nesse diagnóstico e descoberta a etiologia, será então estabelecido um plano para tratar o sangramento da gengiva, bem como definida uma eventual mudança de hábitos de higiene oral, principalmente na escovagem dentária. Deve ser travada a progressão da causa subjacente o quanto antes de forma a evitar outras complicações.

Outras causas

Para além das causas anteriormente apresentadas, outras podem estar relacionadas com o sangramento das gengivas, tais como:

  • Deficiência nutricional, a ter em conta principalmente a carência de vitamina C, que pode conduzir ao escorbuto, e a carência de vitamina K e niacina (vit.B3), que podem também acarretar problemas relacionados com a inflamação e consequente sangramento da gengiva;
  • Pericoronarite (inflamação da gengiva que circunda um dente normalmente em erupção), relativamente comum durante a erupção do dente do siso;
  • Erupção dos dentes, resultante do “rompimento” da mucosa gengival;
  • Aparelhos dentários ou ortodónticos incorretamente ajustados ou sem supervisão do médico dentista;
  • Restaurações ou obturações deterioradas ou desajustadas, principalmente aquelas realizadas junto do colo do dente;
  • Problemas ou alterações relacionadas com a coagulação sanguínea, quer seja de índole metabólica ou induzida pela toma de medicamentos para tornar o sangue “mais fino” (anticoagulantes / antiagregantes plaquetários);
  • Nos doentes imunodeprimidos como no HIV, ou sob tratamento oncológico (quimioterapia e radioterapia);
  • Existência de determinadas doenças como a Leucemia, hemofilia, anemia, diabetes, doenças vasculares, entres outras, que aumentam a propensão a desordens ou transtornos hemorrágicos

O tratamento depende naturalmente da causa subjacente. Ou seja, o tratamento permite acabar ou parar com o sangramento através de medidas que permitam tratar a patologia subjacente ou reeducar a técnica de escovagem. No entanto, no caso de existir uma determinada patologia, não é pelo simples facto do sangramento deixar de ocorrer que devemos interromper os tratamentos, devendo cumprir escrupulosamente com o plano estabelecido pelo Médico Dentista até ao final.

A primeira e mais eficaz medida a tomar no tratamento do sangramento gengival deverá ser sempre no sentido de o evitar, ou seja, apostar na sua prevenção, uma vez que a manutenção de uma boa saúde oral é essencial para manter as gengivas saudáveis.

Uma correta frequência e técnica de escovagem, complementada com o uso de fio dentário e eventuais bochechos com elixires antisséticos e/ou pastas dentífricas específicas para tratamento gengival, são medidas essências para manter a boca e os dentes sãos, e como tal, evitar que a gengiva inflame e sangre.

Ainda assim, torna-se também importante e fundamental consultar o seu Médico Dentista com regularidade (normalmente de 6 em 6 meses), com a finalidade de avaliar a necessidade de se efetuarem destartarizações (limpeza aos dentes), ou outros tratamentos buco-dentários.

Em determinados casos onde se verifica a presença de doença periodontal mais avançada, pode haver também a necessidade de se complementar o tratamento com medicação ou remédio adequado para o efeito, sendo que a mesma só deve ser prescrita pelo seu médico, ou seja, nunca em nenhuma das circunstâncias se automedique.

Existem alguns remédios caseiros ou naturais para o sangramento gengival (ex. bochecos com água morna com sal, água oxigenada diluída e bicarbonato de sódio com água, entre outros), por vezes, mencionados em alguns blogs na Internet e com os quais o doente deve ter cuidado. Não quer dizer que algumas destas soluções não possam ter um bom resultado no controlo do sangramento das gengivas, mas se utilizados inadequadamente ou sem qualquer controlo ou aconselhamento clínico, podem provocar consequências nefastas, assim como não conseguirem atuar na causa do problema.

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