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Cárie Dentária

Cárie Dentária

As cavidades (cárie dentária) são as áreas que perderam substância como resultado de um processo que gradualmente dissolve a superfície externa mais resistente do dente (esmalte) e avança para o interior do mesmo.

Se esta a sofrer de uma dor de dentes aguda, pode recorrer ao nosso Serviço de Urgência 24 horas que é um atendimento de urgências dentárias por chamada. O Serviço Urgências Dentárias 24h da Clínica PRIVÉ está também disponível aos sábados, domingos e feriados. Pode ligar para 93 281 9000.

Devem existir condições propícias para o desenvolvimento da cárie dentária. A bactéria produtora de ácido deve estar presente e o alimento, para que prospere, deve estar ao seu alcance. Portanto, um dente propenso à cárie é aquele que tem relativamente pouco flúor, orifícios pronunciados ou fissuras que retêm a denominada placa bacteriana (depósitos de bactérias que se acumulam nos dentes). Embora a boca contenha grande quantidade de bactérias, só algumas causam a cárie, sendo o Streptococus mutans a bactéria mais comum.

A cárie desenvolve-se de maneira diferente, segundo a sua localização no dente. A cárie da superfície lisa é a de desenvolvimento mais lento e constitui o tipo mais evitável e reversível. Neste caso, a cavidade inicia-se como um ponto branco onde as bactérias dissolvem o cálcio do esmalte. De um modo geral, é entre os 20 e os 30 anos de idade que começam as cáries da superfície lisa.

Normalmente, é por volta dos 10 anos de idade que começam as cáries de orifícios e fissuras nos dentes permanentes. Forma-se nas estrias apertadas da superfície mastigatória dos molares ao lado da bochecha e é um tipo de cárie que avança rapidamente. Muitas pessoas não conseguem limpar adequadamente estas áreas propensas à cárie porque as estrias são mais apertadas do que as cerdas da escova de dentes.

A cárie da raiz começa na camada de tecido ósseo que cobre a raiz (cimento), quando esta fica exposta pelo retrocesso das gengivas. Em geral, afecta pessoas de meia-idade ou mais velhos e, muitas vezes, a causa deste tipo de cárie reside na dificuldade em limpar as áreas da raiz e no alto conteúdo de açúcares da dieta. A cárie de raiz pode ser a mais difícil de evitar.

É lento o avanço da cárie no esmalte (a camada externa e dura do dente). Depois de penetrar na segunda camada do dente, mais suave e menos resistente, denominada dentina, a cárie estende-se rapidamente e avança para a polpa dentária, tecido com numerosos nervos e vasos sanguíneos, que se encontra no mais profundo do dente. Embora uma cárie possa levar entre 2 e 3 anos a penetrar no esmalte, num só ano pode passar da dentina à polpa e inclusive afectar uma área muito maior. Por isso, a cárie da raiz que se inicia na dentina pode destruir em pouco tempo grande parte da estrutura do dente.

Uma pessoa com tendência para desenvolver cáries deve evitar os doces. Quando o açúcar entra em contacto com a placa bacteriana, o Streptococcus mutans, a bactéria presente na placa, produz ácido durante uns vinte minutos.

Sintomas

Nem todas as dores de dentes se devem à cárie. A dor pode ser consequência de uma raiz demasiado exposta mas sem cárie, de uma mastigação excessivamente enérgica ou devido a um dente fracturado. A congestão dos seios frontais pode causar dor nos dentes superiores.

Uma cárie no esmalte, de um modo geral, não causa dor; esta começa quando a cárie atinge a dentina. Uma pessoa pode sentir dor só quando bebe algo frio ou come algo doce, o qual indica que a polpa está ainda sã. Se a cárie for tratada nesta fase, o estomatologista pode habitualmente salvar o dente e é provável que não se produzam outras dores nem dificuldades na mastigação.

São irreversíveis os danos que causa uma cárie que chega muito próximo da polpa ou inclusive que a atinja. A dor persiste, mesmo depois do estímulo (por exemplo, água fria). O dente pode doer também sem qualquer estímulo (dor de dentes espontânea).

Quando as bactérias atingem a polpa dentária e esta morre, a dor pode cessar temporariamente. Mas em breve (de horas a dias), o dente dói, tanto ao morder como ao pressioná-lo com a língua ou com um dedo, porque a inflamação e a infecção se propagaram para além da extremidade da raiz, causando um abcesso (uma acumulação de pus). O pus acumulado à volta do dente tende a retirá-lo do seu alvéolo e a mastigação volta a colocá-lo no seu sítio, o que causa uma dor intensa. O pus pode acumular-se, originando inflamação da gengiva adjacente, ou propagar-se extensamente através do maxilar (celulite) e drenar na boca, ou inclusive através da pele junto ao maxilar inferior.

Diagnóstico e prevenção

Se uma cárie for tratada antes de fazer doer, é provável que o dano causado na polpa seja ligeiro, salvando-se a maior parte da estrutura do dente. Para a sua detecção precoce o estomatologista informa-se sobre a dor, examina os dentes com instrumentos adequados para detectar o grau de sensibilidade e de dor, podendo também fazer radiografias. O controlo dentário deve efectuar-se todos os 6 meses, embora nem todas as revisões incluam radiografias. Dependendo da avaliação do estomatologista sobre a dentadura, as radiografias podem fazer-se entre os 12 e os 36 meses seguintes.

A chave para a prevenção da cárie baseia-se em cinco estratégias gerais: uma boa higiene oral, uma dieta equilibrada, o flúor, as massas de obturação e uma terapia antibacteriana.

Tratamento

Se a cárie se evitar antes de atingir a dentina, o esmalte repara-se espontaneamente e a mancha branca do dente desaparece. Uma vez que a cárie atinja a dentina, deve extrair-se a parte do dente com cárie e substituí-la por uma massa (restauração). O tratamento da cárie na sua fase prematura mantém a força do dente e limita a possibilidade de danos na polpa.

Obturações

Vários materiais utilizados para as obturações podem ser colocados na base cavitária ou à volta do dente. 

O uso dos compostos de resina e das obturações de porcelana está indicado para os dentes da frente, onde a prata seria demasiado visível. A aplicação destes compostos nos molares é cada vez mais frequente e a vantagem é a sua semelhança com a cor do dente. 

Nas pessoas com predisposição para a cárie na área adjacente às gengivas, pode recomendar-se uma obturação derivada do vidro, também de cor semelhante ao dente, cuja propriedade é a de libertar flúor uma vez colocada no dente. Outra aplicação desta substância é nas áreas que ficam danificadas devido a uma escovagem demasiado enérgica.

Tratamento da raiz e extracção de dentes

Quando a cárie aprofunda o suficiente para danificar a polpa de forma permanente, o único modo de suprimir a dor é retirar a polpa através do canal da raiz (tratamento endodôntico) ou extrair o dente. Um molar tratado por endodontia está mais bem protegido por uma capa (coroa) que abranja toda a superfície de mastigação. O método de restauração dos dentes da frente que tenham recebido tratamento da raiz está condicionado pela parte que ficar do dente.

Excepcionalmente, ao fim de uma ou mais semanas a contar do tratamento endodôntico, podem aparecer febre, dor de cabeça ou então uma inflamação do maxilar, do pavimento da boca ou da garganta. Estas complicações requerem cuidados médicos.

Se extrair um dente, deve-se substituí-lo o mais cedo possível; caso contrário, os dentes próximos podem mover-se e alterar a forma da dentada. A substituição pode ser uma ponta, uma dentadura parcial fixa, que reveste com coberturas os dentes de cada lado do extraído, ou uma dentadura postiça. Também se podem fazer implantes para substituir um dente.

Uma coroa é uma reconstrução que se adapta sobre um dente. Uma coroa bem moldada requer, de modo geral, duas visitas ao médico dentista, embora às vezes possa necessitar de mais. Na primeira visita, o médico dentista prepara o dente, afiando-o ligeiramente, depois faz um molde do dente e coloca uma coroa provisória sobre o mesmo. O molde serve para desenhar a coroa permanente num laboratório de prótese dentária. Na consulta seguinte, substitui-se a coroa provisória pela permanente que se cimenta no dente já preparado.

As coroas são feitas, habitualmente,  de porcelana e  é mais dura e abrasiva do que o esmalte do dente e pode desgastar o dente oposto. 

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